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O samba dominou a manhã ensolarada de hoje (26.05) na Assembleia Legislativa da Bahia – ALBA na homenagem à cantora maranhense Alcione, agraciada com o Título de Cidadã Baiana através de proposição da deputada Olívia Santana (PCdoB). “É apenas a confirmação da baianidade desta grande figura da MPB e do samba, porque espiritualmente ela já é baiana há muito tempo. Há pelo menos meio século, quando gravou, em 1975, “Aruandê”, de Edil Pacheco e Nelson Rufino; e estourou no Brasil inteiro, em 1977, com o samba "Ilha de Maré", do grande baiano Walmir Lima”, diz a presidente da ALBA, deputada Ivana Bastos. Para Olívia Santana, ao laurear Alcione, a ALBA faz a “consagração da nossa ancestralidade, da musicalidade e da força da mulher negra”. “Alcione Dias Nazareth, uma das maiores intérpretes da música popular brasileira, é também símbolo da resistência. Tem uma relação profunda e afetiva com a Bahia, interpretando composições de Edil Pacheco, Walmir Lima, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Riachão e Tonho Matéria, além de homenagear grupos tradicionais como Ilê Aiyê, Olodum e Araketu. Seu compromisso com a música e a cultura do Estado a torna, de fato, uma filha da Bahia”, elogia a autora da proposição, deputada Olívia Santana. Olívia revela que viveu, na manhã de hoje, uma das suas maiores emoções como parlamentar: “Foi muito emocionante. Alcione é uma das maiores vozes do Brasil. Essa mulher cantou a Bahia, a Ilha de Maré, a Lavagem do Bonfim. Tudo o que ela grava vira sucesso. Ela divulga a cultura e a força do povo baiano. O que seria do Brasil sem o samba e sem a voz ancestral de Alcione?". Natural de São Luís, no Maranhão, carinhosamente chamada de “Marrom”, Alcione também é trompetista e clarinetista. Filha do maestro João Carlos Dias Nazareth, regente da banda de música da Polícia Militar do Maranhão, entre 1935 e 1966, ela começou na música aos 9 anos, tocando vários instrumentos e cantando nas festas da família. Do pai, gravou as canções “Cajueiro Velho” e “Etelvina, Minha Nega”. Presente à solenidade, o sambista e compositor Edil Pacheco disse que “Alcione é um patrimônio do Brasil”. “Ela já faz parte da identidade baiana por ser uma das intérpretes mais respeitadas do mundo do samba e que gravou inúmeros artistas baianos. Sempre foi uma porta-voz da cultura brasileira e defensora da democracia, por isso a homenagem é mais do que merecida”, declarou Edil, parceiro de Nelson Rufino em “Aruandê”.